Destaque

UMA REFLEXÃO SOBRE O TEMPO QUE ESTAMOS A VIVER

  Por Galopim de Carvalho  Professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Geologia e Sedimentologia. Foi...

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O NOSSO MINOTAURO VERDE



 Viriato Soromenho-Marques
Professor catedrático de Filosofia  na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa*


Numa entrevista recente ao Expresso (30 06 2018), o arquitecto Eduardo Souto Moura interrogado sobre a tragédia do incêndio florestal de 17 de Junho de 2017, respondeu: “A natureza encarrega-se de destruir o que não interessa (…) há uma fotografia aérea do terreno de uma dinamarquesa. É um quadrado verde. Ela plantou carvalhos. O resto é tudo eucaliptos a arder (…) Falhou e ardeu tudo, excepto o quadrado [com carvalhos] da senhora nórdica…”. 

sábado, 18 de agosto de 2018

UMA TASQUINHA QUE É PATRIMÓNIO




Vítor Serrão

Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde dirige o Instituto de História da Arte e a revista Artis e a Rede Temática de Estudos em Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões (RTEACJMSS).


O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, fundado para freiras clarissas em 1286, junto ao leito do Mondego, e muito enriquecido por legados da Rainha Santa Isabel, é um dos mais emblemáticos monumentos góticos nacionais. Vítima de cíclicas cheias, as freiras mudaram-se no século XVII para um novo mosteiro, mas este persistiu, dignamente, no seu poiso secular, hoje revalorizado por óptima intervenção museológica.

O altar familiar


José d' Encarnação

Professor Catedrático, desde 1991, na Universidade de Coimbra onde ingressou como docente em 1976. Está aposentado desde Julho de 2007. Membro do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto.
            Não será invulgar, em casa de família, a existência de um recanto mais íntimo para as imagens de devoção. Um pequeno oratório aonde, de vez em quando, um membro da comunidade familiar se desloca para uma prece ou, até, para acender uma vela, em ocasiões de maior sentimento religioso.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

De milieu humain en anthropocène, sans retour ?



par Augustin BERQUE
berque@ehess.fr
Directeur d’études en retraite à l’École des hautes études en sciences sociales (Paris)

Résumé – Alors que l’environnement est universel – le même pour tous –, le milieu est singulier, que ce soit à l’échelle de l’espèce ou à celle des organismes ; et, dans le cas de l’humain, que ce soit à l’échelle des personnes comme à celle  des cultures : un même donné environnemental pourra être perçu et utilisé de manières très différentes par des sociétés différentes, et dans un même environnement, deux personnes pourront vivre dans deux milieux très différents. Ouvrant des perspectives nouvelles sur la nature et sur l’existence humaine, la découverte de cette spécificité des milieux, dans la première moitié du XXe siècle, a semé le grain d’une révolution dans  les sciences de la nature comme dans les humanités.

AINDA A DEGRADAÇÃO DO ENSINO EM PORTUGAL


Por Galopim de Carvalho
Professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Geologia e Sedimentologia. Foi diretor do Museu Nacional de História Natural

Começo por dizer que não estou só nesta afirmação. Há pouco mais de um ano, o Primeiro Ministro António Costa, na cerimónia de entrega do Prémio Manuel António da Mota, no Palácio da Bolsa, no Porto, disse, preto no branco: “De uma vez por todas, o país tem de compreender que o maior défice que temos não é o das finanças. O maior défice que temos é o défice que acumulámos de ignorância, de desconhecimento, de ausência de educação, de ausência de formação e de ausência de preparação”.