José d' Encarnação
Professor Catedrático, desde 1991, na Universidade de Coimbra onde ingressou como docente em 1976. Está aposentado desde Julho de 2007. Membro do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto.
Quando a União Soviética ocupou a Moldávia,
uma das primeiras preocupações foi determinar que se adoptasse o alfabeto
cirílico e não o latino, porque, como se sabe, o Romeno é uma língua românica.
E chegaram ao ponto de ordenar a destruição
das placas funerárias nos cemitérios – para que a memória se apagasse.
Uma
das drásticas medidas impostas pelos Indonésios aquando da ocupação de Timor foi a total abolição
da Língua Portuguesa, com as consequências que, ainda hoje, estamos a sentir,
embora Xanana Gusmão e seus partidários, educados como haviam sido nas escolas
portuguesas, tenham determinado, sem hesitação ,
que seria o Português a língua oficial de Timor Leste.
Já
não nos causa impressão ver, em Bruxelas, tudo escrito em francês e em
flamengo, ainda que seja quase ridículo que, na zona flamenga, alguém nos
responda «não compreendo» só porque estamos a falar-lhe em francês…
Conhecida
a longa tradição de luta pela
autonomia, também não nos admira que, no aeroporto de Barcelona, se leia uma
placa trilingue: em catalão, em inglês e só em terceiro lugar venha o
castelhano.
E
encontramos placas toponímicas bilingues nas várias províncias espanholas, na
Irlanda, no País de Gales, inclusive em Miranda do Douro!… E aqui (Fig. 1) com
o pormenor de, mui significativamente, ser o mirandês que vem em primeiro
lugar!
Fig.1
Já
nos poderá causar mais estranheza ao saber que, em Toulouse, os nomes das ruas
estão em francês e em occitano (ou provençal), língua ancestral que já ninguém
entende nem fala!... (Fig. 2).
Fig. 2
Conclusão: o falar é um património,
revelador da nossa identidade, das nossas raízes!
José d’Encarnação
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