Caso possa interessar aos leitores deste blogue, nomeadamente por ele estar intrinsecamente ligado à cidade romana de Conimbriga, pensei que poderia dedicar umas cinco leves crónicas ao que nesse âmbito se conhece no que concerne às manifestações religiosas de que, até ao momento, tivemos conhecimento.
Além
dos livros antigos, que contam da mitologia romana, para sabermos que
divindades se veneraram em determinado local e eventuais cultos aí praticados
recorre-se à Arqueologia (vestígios materiais de templos ou lugares sagrados) e
à Epigrafia (inscrições em cumprimento de promessas).
Neste
Ocidente romano, as práticas religiosas não seriam diferentes das do resto do
Império, entendendo-se por ‘religião’ esse conjunto de atitudes do Homem
Sendo
a religião um dos domínios que mais directamente se prende com a vida, aspectos
políticos, sociais, culturais e, até, económicos se congregam no dia-a-dia.
Assim, não causará admiração reconhecer que o Romano depressa se apercebeu que
o respeito pelas crenças autóctones lhe era fundamental para mais facilmente
manter supremacia: cidadãos romanos prestam culto a divindade indígenas e cedo
os indígenas veneraram divindades do panteão oficial romano.
Nos
mosaicos de Conimbriga e da villa do Rabaçal as representações dão
conta dessa adopção, até porque tal modo de revestir os pavimentos não era, de
todo, familiar aos indígenas. Os poucos restos escultóricos que subsistiram
mostram também modelos iconográficos importados. Já, porém, os monumentos
epigráficos nos permitem penetrar um pouco mais fundamente na religiosidade
vivida.
E
encontramos, de facto, essa perfeita convivência entre os dois panteões em
presença, ainda que, por estarmos num ambiente predominantemente urbano, se nos
afigure que depressa uma aculturação religiosa se processou.
Homenageou-se
Júpiter Óptimo Máximo, Apolo, Fortuna, Mitra, Minerva, Baco, quiçá Marte
também… Mas parece que a preferência terá ido para as divindades tutelares: o
Génio de Conimbriga; os Lares dessa mesma cidade e os das Águas; os
José
d´Encarnação
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