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UMA REFLEXÃO SOBRE O TEMPO QUE ESTAMOS A VIVER

  Por Galopim de Carvalho  Professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Geologia e Sedimentologia. Foi...

terça-feira, 10 de abril de 2018

Pontos mais importantes para sustentabilidade da Floresta



Base das condições necessárias para uma sustentabilidade económica, social e ambiental (rendimento, emprego e qualidade de vida, salvaguarda dos recursos.- solo, água, paisagem,  biodiversidade sumidouro de Carbono)


por Eugénio Manuel Bilstein de Menezes de Sequeira  

Engenheiro Agrónomo, Investigador Coordenador aposentado, Professor convidado.
Conselheiro do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável
Vogal da Direcção Nacional da Liga para a Protecção da Natureza
Membro da Sociedade Portuguesa da Ciência  do Solo
Comissão de Protecção da Natureza da SGL



1-     Reduzir as ignições
      1.1- Educação
      1.2- Repressão
      1.3- Responsabilização pelos danos causados

2-     Ordenamento correcto e boa gestão 
2.1-           Cadastro
2.2-           Banco de terras e Expropriações
2.3-           Unidades de exploração geriveis e com capacidade de ordenar
2.4-           Gestão de forma a conseguir faixas de conternção e de extinsãodo fogo
 
3-     Combate aos fogos
3.1-          Vigilância e detecção precoce
3.2-    Actuação do combate com base no ordenamento-  Colocação das primeiras  unidades de intervenção de acordo com o ordenamento
3.3-          Planeamento do combate com base no ordenamento

4  - Medidas de prevenção e minimização  das consequências dos fogos
      4.1- Combate à erosão e  Retenção da água no sistema, redução do risco de cheias a jusante

Nota da Redação: Este trabalho foi escrito antes dos incêndios florestais de 2017 e resume a visão científica e o ideário do seu autor, há muitos anos oferecida ao seu país, `a comunidade internacional e ao seu tempo. O tempo e a tragédia, reforçaram a sua autoridade científica e imperativo ético! 
É extenso para artigo, mas vale como um tratado: reúne o saber e o saber-fazer, de uma geração inteira de cientistas, investigadores, professores, filósofos e escritores da paisagem, trabalhadores do mundo rural que foram os seus primeiros arquitetos e conservadores__ hoje designados por  ambientalistas.  

 Pontos mais importantes para sustentabilidade da Floresta 

A - Importância da Floresta


A destruição dos carvalhais, vegetação climáxica de 80% de Portugal, leva à proliferação de matos e para conseguir o pasto de qualidade para manter o gado, levou à prática continuada das queimadas. 
O uso do fogo, voluntário ou não, após o corte das árvores, desprotege o solo, reduz a infiltração da água, aumenta o escoamento superficial e a erosão o que como afirmava já Humbolt (Wulf 2016) “quando as florestas são destruídas, como por toda a parte, as fontes ficam completamente , ou tornam-se menos abundantes...Os leitos dos rios ficando secos durante parte do ano, são convertidos em torrentes, quando caem grandes chuvadas nos cumes..... abrem sulcos durante as chuvada nas encostas dos montes, arrastam a terra solta e formam estas súbitas inundações que devastam o campo”,  arruína irreversivelmente  os solos das montanhas.
O material erodido das montanhas e transportado é depois depositado nas zonas aplanadas dos vales.  
Foi assim que destruímos e continuamos a destruir todo o equilíbrio, arruinando os solos, degradando o regime hídrico, a quantidade e a qualidade da água etc.

1- Porque arde a Floresta

Substituímos os carvalhais por pinhais, e depois por eucaliptais e pior por eucaliptais, não geridos e não ordenados:
Dos 740 milhares de ha de eucaliptal (provavelmente hoje mais de 820 mil) cerca de 80.000 ha são povoamentos jovens (correcto para a reflorestação), 93.000ha  são povoamentos mistos de eucalipto dominante  e sobretudo  pinheiro o que indica gestão deficiente; 70.000 ha têm um coberto inferior a 50%, o que indica também má ou mesmo gestão inexistente e baixa produtividade.; 400.000ha  apresentam ainda menos de 600 árvores por ha, indicando deficiência de gestão,; 100.000 ha dos povoamentos “puros (mono-específicos) apresentam idade superior a 12 anos (muito para alem da idade ideal de corte) , mais uma vez indicando má gestão (mais de 10 milhões de m3 já deviam ter sido cortadas).
Reparem que dos 820 milhares de ha de eucaliptais existentes em Portugal apenas cerca de  155 milhares são de explorações geridas pelas celuloses (Celpa, 2013- Quadro 1), e esses não são mistos, com pinheiro, não são de baixa densidade (não com coberto inferior a 50%, nem têm menos de 600 árvores por ha) , nem têm mais de 12 anos, têm asseiros, respeitam as galerias ripícolas etc. 

Quadro 1 - Áreas geridas pelas empresas da Celpa, espécie e evolução
Assim a maioria das nossas áreas arborizadas a Norte do Tejo, são matos, pinhais e eucaliptais em povoamentos não geridos., Em unidades de pequena e muito pequena dimensão, que ARDEM (Quadro 2 e Fig.3) 

 Quadro 2- Nº de Ocorrências e Área ardida por ano (ICNF- 2015) 


 Fig.1-  Distribuição dos usos do solo em Portugal continental para 2010 

Da análise da Figura 1 (6º Inventário nacional- ICNF6) , verificase que em 2010 o uso florestal do solo ainda  representa o uso dominante em Portugal continental, ocupando 35,4% do território. Esta percentagem de uso florestal coloca Portugal na média dos 27 países da União Europeia (37,6%, SOEF, 20111).
Notese que as áreas de uso floresta incluem as superfícies arborizadas (correspondente aos designados povoamentos florestais) e as superfícies temporariamente desarborizadas (superfícies ardidas, cortadas e em regeneração), para as quais se prevê a recuperarão do seu coberto arbóreo no curto prazo.
Os matos e pastagens constituem a classe seguinte de uso do solo com maior área, correspondendo os matos a 52 % desta classe, ou seja a 1 500 157 ha. As áreas agrícolas correspondem a 24% do território continental. 
Mas a área arborizada  está a reduzir-se (Fig 2) tal como a área agrícola com aumento dramático dos matos e redução da área agricultada. Resultado do despovoamento.

Fig. 2-  Evolução dos usos do solo em Portugal continental 


Se compararmos a área ardida  e o tipo de uso verificamos que é rara a zona agrícola ardida em relação aos matos e pastos abandonados  que correspondem a mais de 55% da área ardida em 2015. O panorama é idêntico ao verificado em 2016 até agora.
Repare-se que > 50% do que arde são matos, > 45% são povoamentos e terrenos agrícolas são sempre < 5% e correspondem a áreas abandonadas e não geridas.
Por outro lado devemos ter em conta que dos 740 milhares de ha de eucaliptal (provavelmente hoje mais de 820 mil) cerca de 80.000 ha são povoamentos jovens (correcto para a reflorestação), 93.000ha  são povoamentos mistos de eucalipto dominante  e sobretudo  pinheiro o que indica gestão deficiente; 70.000 ha têm um coberto inferior a 50%, o que indica também má ou mesmo gestão inexistente e baixa produtividade.; 400.000ha  apresentam ainda têm ainda menos de 600 árvores por ha, indicando deficiência de gestão,; 100.000 ha dos povoamentos “puros (mono-específicos) apresentam idade superior a 12 anos (muito para alem da idade ideal de corte) , mais uma vez indicando má gestão (mais de 10 milhões de m3 já deviam ter sido cortadas).
Reparem que dos 820 milhares de ha de eucaliptais existentes em Portugal apenas cerca de  155 milhares são de explorações geridas pelas celuloses (Celpa, 2013-), e esses não são mistos, com pinheiro, não são de baixa densidade (não com coberto inferior a 50%, nem têm menos de 600 árvores por ha) , nem têm mais de 12 anos.
Aqui a vigilância é boa, e não existem fogos, pois são bem geridos.
Os povoamentos não geridos das pequenas e muito pequenas explorações comportam-se quanto à propagação do fogo, na dificuldade de travar a sua progressão ainda pior que os matos.

Fig 3- (a) Dimensão média da propriedade, (b) Distribuição do eucalipto pinheiro e sobreiro, (c) Fogos de 1990 a 1996, 8d9 Fogos de 2003, (d)  fogos de 2013, 2014, 2015 e 2016 até 18 de Agosto 



Basta observar as imagens de um eucaliptal bem gerido , com um mal gerido e para se entender a razão das dimensões e da dificuldade no combate aos incêndios , bem como a situação dos terrenos abandonados pós fogo.

Foto 1-  (a) Pinhal não gerido. (b) – Eucaliptal bem gerido  (localizado do outro

lado de uma estrada – fotos E Sequeira)  - (c) retoma pós fogo  sem gestão
                                    (a)                                                                   (b) 


 (c) Retoma do eucaliptal, mato e pinhal pós fogo, até ao próximo 


Hoje dos 800.000ha de eucalipto , menos de 160  que são geridos e estão ordenados, dos restantes tal como do pinhal a maioria está abandonada, dos cerca de 2000. 000 de ha, tirando as zonas de montado, de cultura cerealífera a Sul do Tejo, a agricultura na zona do minifúndio, está também ao abandono estando em curso o abandono da melhor forma de conter os incêndios, as pastagens de regadio nas zonas de montanha os “lameiros” (Foto 2)
  

Foto 2- Lameiros na zona do Gerez como zona tampão de descontinuidade da propagação do fogo  


Mas agora com a ideia peregrina de demolição de barragens e açudes ditos obsoletos, todos os sistemas tradicionais de regadio das zonas de minifúndio e de contenção dos fogos estão em risco a não ser que o CNA e o CNADS exijam um estudo que contemple a necessidade de incrementar os pequenos regadios e os habitats imprescindíveis para o combate às alterações climáticas e à progressão dos fogos.  

Conclusões “A Floresta arde em Portugal” porque os portugueses:
                    Incendeiam por habitante, em média mais que 10 vezes qualquer outro país Europeu.
                    Não cuidam do espaço rural, em especial do que é chamado espaço florestal, mas também despovoam as terras e não têm qualquer ideia sobre as consequências a prazo. 

B- Medidas a tomar

1ª . Redução do número de ignições


Com a actual situação de irresponsabilidade, e a impunidade dos causadores das ignições (o numero de ignições em Portugal  é absolutamente catastrófico e escandaloso).  Como o número de ignições nas alturas de risco amarelo, e laranja  ultrapassa os números de Espanha, de Itália, França juntos etc., torna-se  impossível a contenção dos fogos. 
Mais grave é que dada a dispersão das habitações no meio das zonas de risco, o não cumprimento da legislação - as contra-ordenações e coimas, estabelecidas no âmbito das medidas e acções a desenvolver no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios, definidas no Decreto-Lei n.º 17/2009 de 14 de Janeiro (alterado pela Declaração de Rectificação nº 20/2009 de 13 de Março), que procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de Junho, que revoga a Lei n.º 14/2004 de 8 de Maio, torna ineficaz as medidas de combate aos fogos
Assim, o não cumprimento obriga à dispersão de meios de combate nos fogos, ficando sistematicamente a contenção dos fogos face à necessidade e dificuldade de defesa das habitações bens e vidas em risco.
A população não tem ideia das consequências a prazo, da continuação dos fogos, no que toca, ao combate às alterações Climáticas, ao processo de Desertificação em curso,  à degradação da qualidade da água e da água disponível, a perda de biodiversidade e em especial a degradação do recurso fundamental e não renovável SOLO.
Assim  com números de ignições perfeitamente inimagináveis de milhares de ignições por mês e centenas diária, com habitações, vias de comunicação em risco e impossibilidade de linhas e zonas de contenção é inadiável a redução das ignições. Impõe-se um estudo das causas e das melhores formas de contenção deste crime, desde a formação até á inovação das formas de repressão urgentes  e eficazes .

2º - Ordenamento da Floresta 

Para tornar eficientes as medidas de combate aos fogos a primeira medida é quebrar o “continuum” de fogo, que a falta de ordenamento causa, o que é impossível com a actual dimensão das explorações, de forma a que permita o estabelecimento das linhas de contenção da propagação do fogo, as zonas de segurança para os bombeiros e demais pessoal, o que neste país só será possível através de uma alteração total do actual cadastro.
É imprescindível, para além da redução do número de ignições, a existência de descontinuidades  de biomassa de elevado risco, que permita a contenção e o combate eficaz. 
Somente com um mosaico de usos, desde as zonas abertas com pastagens de sequeiro, às zonas  perto das linhas de água, com lameiros, ou culturas regadas, as galerias ripícolas (freixos, amieiros, choupos etc), os asseiros secundários e zonas com folhosas e pastagens, que permitam a interrupção da biomassa a parar a progressão do fogo como o esquema da fig 4, e fig,5). 
Este ordenamento permite a interrupção do fogo, por isso facilita o combate ao fogo, permite uma melhor gestão da água, e se existirem intercalados lameiros com sistemas de regadio ainda melhor.
Repare-se nas fotos dos lameiros, com os respectivos açudes e valas de transporte da água, e recolha é um sistema de contenção do fogo que funcionava muito bem nas zonas de mini e microfúndio do Norte e Centro de Portugal , especialmente importantes nas zonas montanhosas. 
Os sistemas tradicionais com pequenos açudes e um sistema de valas que conduzia a água para a rega  constituíam um sistema óptimo de contenção do fogo e de interrupção do continuum de fogo.
Fig.4-  Esquema de ordenamento da paisagem (em perspectiva) com vista à prevenção de incêndios (Sande Silva, et al., 2007) (ilustração João Tinoco

Fig.5-  Esquema de ordenamento da paisagem (em perfil)) com vista à prevenção de incêndios (Sande Silva, et al.,2007) (ilustração João Tinoco) 


Repare-se que a galeria ripícola por sí, não é um obstáculo à propagação do fogo, uma vez que embora as galerias não ardam, as projecções dom vento forte ultrapassam o obstáculo e o fogo continua (Fotos 3 e 4) .
De facto embora os choupos, os freixos, os amieiros etc., não ardam quando pastoreados, é necessário um espaço com lameiros, com pasto ou agricultura, para conter eficazmente e parar a progressão dos fogos, em especial quando perpendiculares à progressão do incêndio. 

Foto 4  Galeria ripícola de Primavera (a), no Verão (b),  galeria encaixada (c)mostrando que não é suficiente pois apesar de em 2010 não ter ardido o fogo passou do eucaliptal na margem direita  para o olival na margem esquerda não gerido.


Se entre a floresta intensiva mono - específicas como o pinheiro e o eucalipto, bem ou mal geridas, e a galeria ripícola existirem carvalhais [Foto 5 (a), (b), (c)]  -  Carvalhal Ibero-Atlantico (Rusco-Quercetum roboris), Carvalhal Supra - mediterrâneo de Quercus pyrenaica (Quercetalia pubescentis). ou de Carvalhal esclerófilo do andar Mesomediterrânico com Q.  faginea ssp broteri, (Quercetalia ilicis), e zonas abertas como lameiros e zonas agrícolas o fogo será facilmente contido, (Fig. 4 e 5, e foto 6.)  

Foto 5  Carvalhais: (a) -  Carvalhal Ibero-Atlantico; (b)- Carvalhal Supra – mediterrânio; (c) Carvalhal esclerófilo

Foto 6- Prado de lima e terra agrícola, como interrupção do “continuum” de fogo 


De facto nos trabalhos de  Sequeira  & Fernandes 2004 (a) e (b) , verificou-se que o pinhal, o eucaliptal, os matos, e as culturas não geridas ardiam preferentemente (percentagem ardida maior que a percentagem do uso na área de estudo). 
Também verificaram que as culturas, olival, pastagem etc., apenas arderam de forma preferente quando abandonados (com matagal).
Mas este tipo de ordenamento só é compatível com grandes explorações, ou por explorações individuais de dezenas, mesmo centenas ou milhares de hectares, ou então explorações colectivas, onde seja possível que o trabalho e o lucro sejam repartidos com justiça. Sem a organização efectiva de Zonas de Intervenção Florestal, que funcionem como explorações sem o entrave de:
    eu fico com o eucalipto, eu fico com os prados e os terrenos agrícolas, 
    ninguém quer ter os asseiros, os carvalhais, etc., e 
    onde não é possível programar os usos de acordo com as direcções dos ventos e a forma correcta da contenção frontal e extinção, nem com os asseiros e a contenção lateral, 
    ninguém quer ficar com as galerias nem com a responsabilidade da purificação da água, etc. 
O regime de criação das ZIF encontra-se estabelecido no Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de Agosto, com as alterações que lhe foram introduzidas pelos Decretos-Lei n.ºs 15/2009, de 14 de janeiro, (retificado pela Declaração de Retificação n.º 10/2009, de 9 de fevereiro), 2/2011, de 6 de janeiro, e 27/2014, de 18 de fevereiro, tendo este último republicado o diploma inicial.
Porque não funciona??? Como conseguir que pelo menos uma funcione? O que é necessário alterar?
Os proprietários ficam incluídos se a área territorial da sua propriedade ficar na ZIF. Contudo, e porque o processo de adesão à ZIF é voluntário, tais proprietários(as) podem permanecer na situação de “não aderentes”, isto é, a ZIF  não funciona. É verdade que: Os(as) proprietários(as) e produtores(as) florestais com prédios rústicos incluídos na área territorial de uma ZIF e que a ela não pretendam aderir – “não aderentes” – têm, obrigatoriamente, de:
       cumprir o Plano Específico de Intervenção Florestal (PEIF) nas suas propriedades (n.º 1 do art.º 22.º do Decreto-Lei n.º 127/2005, de 5 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 27/2014, de 18 de fevereiro) [nota: em caso de incumprimento, sujeitam-se às contraordenações previstas na alínea f) do art.º 28.º do mesmo diploma]; 
       cumprir o Plano de Gestão Florestal (PGF) da ZIF [nota: em caso de incumprimento, sujeitam-se às contraordenações previstas na alínea f) do art.º 28.º do mesmo diploma], exceto se possuírem PGF próprio aprovado nos termos da lei e incluindo as operações silvícolas mínimas (n.º 2 do art.º 22.º do mesmo diploma); e
       reformular os PGF que tenham para as suas propriedades, caso os mesmos não incluam os princípios e orientações previstos no n.º 2 do art. 20.º (princípios e orientações constantes nos PROF e nos planos e programas de defesa da floresta contra agentes bióticos e abióticos), de forma a compatibilizá-los com o PEIF da ZIF (n.º 3 do art.º 22.º do mesmo diploma)
Mas tal não funciona, e por isso não há ordenamento e arde e vai continuar a arder.  Dada a experiência de desordenamento florestal, a falta de gestão da maior parte do pinhal e do Eucaliptal, que mais não são que matagais não geridos é urgente uma solução. Para isso há que:
i) - Terminar o cadastro ii) - O direito de propriedade só será válido com gestão correcta. O aumento do risco que a não gestão ou a gestão incorrecta acarreta consigo implicaria a expropriação da propriedade, por perdas e danos causados ao património solo, água, clima e biodiversidade, paisagem etc. que são património de todos. iii)- Responsabilização dos proprietários pelos danos causados à Comunidade, e a obrigatoriedade de tomar medidas de minimização  das consequências dos fogos.

3- Combate aos fogos

            3.1- - Primeira intervenção  

Um fogo é extinto por 2 homens nos primeiros minutos, finda 20 a 30 minutos é difícil para uma corporação, ao fim de uma hora, em condições climáticas de risco leva horas ou mesmo dias dependendo da temperatura, da humidade do ar e do vento. 
É assim vital a detecção precoce da ignição e a velocidade da deslocação ao local das primeiras equipas.
Os sistemas de detecção com as velhas vigias, ou sistemas mais sofisticados com sensores, a sua localização deverá ter em conta o ordenamento de tal forma que os pontos sensíveis, os as zonas de maiores riscos sejam devidamente monitorizadas.
Estes locais, bem como os locais de localização das forças de 1ª intervenção deverá ser tal que permita a contenção em especial nos períodos de estado de Alerta acima de
Azul. 
Se facto em situações de alerta AMARELO (2) , e em Especial em  Laranja (3),  e Vermelho (<30% de humidade do ar, mais de 30º C de temperatura e vento acima de 30 km/h, a primeira intervenção deve chegar ao local em menos de 10 minutos.

            3.2- Intervenção de Fundo 

Nesta situação , e dependente da situação de ordenamento  e da direcção do vento,  os meios a mobilizar já deverão estar preparados e dependem das condições de vento e direcção provável da evolução do fogo.
É no entanto inaceitável que não haja programação e se assista como de costume ao dispersar de meios, sem que tenha sido considerado o grau de risco, não de fogo na altura mas a prazo, e as consequências de fundo, na degradação do solo, da água, no risco posterior de cheias etc


4º - Medidas de prevenção e minimização  das consequências dos fogos

           3.1 - Combate à erosão

Pressupostos - Após fogos catastróficos (como os de Agosto de 2003) torna-se necessário tomar medidas de emergência que reduzam:
1º- A erosão devido:
i) ao desaparecimento do coberto vegetal, ii) à degradação da matéria orgânica do solo com a redução da estabilidade da estrutura e aumento da erodibilidade,
iii)               à hidrofobia do solo resultante da acumulação de cinzas à superfície e correspondente aumento do escoamento superficial,
iv)               ao aumento dos escoamentos superficiais e velocidade das correntes com o correspondente aumento de arrastamento de solos, 2º- A redução da fertilidade devido:
i)       à redução da matéria orgânica ardida com mineralização dos nutrientes aí acumulados,
ii)     ao aumento de escoamento e arrastamento de cinzas, são perdidos todos os
nutrientes que estavam na vegetação na altura dos incêndios, iii) à redução da fracção fina arrastada com a erosão preferencial,
3º- A eutrofia e degradação das águas a jusante, devido ao arrastamento dos nutrientes (P, K, S, Ca, Mg e microelementos) que irão ser acumulados em especial nas águas superficiais.
Para isso torna-se necessário que nas zonas ardidas se consiga reter a água e os nutrientes, evitando o escoamento, a erosão e a perda de solo.

I. Retenção de água no sistema


Não existindo coberto vegetal que retenha as águas e os sedimentos, não existindo matéria orgânica no solo à superfície da área que foi queimada, tendo aumentado drasticamente a erodibilidade do solo, e tendo-se reduzido a taxa de infiltração, só a retenção das águas e sedimentos no local, que permita a sedimentação dos materiais arrastados e a retenção dos materiais dissolvidos por infiltração pode evitar as consequências catastróficas e irreversíveis previstas.
A mobilização do solo, após redução drástica da matéria orgânica agravará ainda mais este problema, pelo que, a retenção da água no local com o mínimo de perturbação e movimentação de máquinas apenas poderá ser efectuada pelo método da vala e cômoro de nível.
De facto, a água é retida aí, com tempo suficiente e carga para aumentar a infiltração e reter os nutrientes, ao mesmo tempo que é reduzido o comprimento do talude e portanto os volumes escoados.
Como medida de segurança, que evite o galgamento do cômoro e a abertura de uma ravina, a vala e cômoro deverão ter um declive entre 1 e 2‰ de forma a conduzir lentamente a água excedente para uma linha de água secundária, onde deverão ser efectuados pequenos açudes de retenção de forma a retardar e reter quanto possível os sedimentos e nutrientes residuais.
No entanto a vala e cômoro devem ser efectuadas em número mínimo, de forma a obter o efeito desejado, a reduzir o risco de rompimento do sistema, mas que ao mesmo tempo reduza os custos e a perturbação de todo o sistema.
Para efectuar os cálculos do número de valas por hectare há que ter em conta os seguintes pressupostos:
1º- o incêndio reduziu a 0 o coberto vegetal,
2º- o desaparecimento da matéria orgânica do solo e a existência das cinzas à superfície reduziu pelo menos em 20% a taxa de infiltração inicial e constante,
3º - as taxas de infiltração para o cálculo do escoamento nas entrelinhas (na zona não perturbada é de cerca de 20% dos valores obtidos em amostras não perturbadas de solos idênticos,
4º- as taxas de infiltração no fundo da vala são idênticos aos de amostras perturbadas de solos idênticos,
5º- O sistema de vala e cômoro deve poder conter os excedentes da chuva máxima diária para um período de retorno de 50 anos (curvas de Intensidade, Duracção, Frequência, para vários períodos de retorno -método de Gumbel),
6º - Considera-se a vala e cômoro obtido com a passagem de uma charrua com reviramento de leiva de 2 ferros, a trabalhar a 25/30 cm de profundidade, fazendo assim um talude com 50 cm de altura (retendo 40 cm da altura de água desde o fundo da vala à altura máxima de retenção, sem risco de galgamento pois que o excesso correrá lateralmente para a linha de água.
Assim a capacidade de retenção do sistema, por metro linear de vala, depende do declive do terreno.
i)  com um declive de 2,5% um tal sistema retém 1350 litros por metro linear de vala.
ii)com um declive de 5% um tal sistema retém 725 litros. iii) com um declive de 10% um tal sistema retém 412 litros. iv) com um declive de 15% um tal sistema retém 308 litros. v) com um declive de 20% um tal sistema retém 256 litros. vi) com um declive de 25% um tal sistema retém 225 litros.


II- Precipitação previsível


Para calcular os escoamentos previsíveis e portanto o afastamento das valas de acordo com o declive, é necessário conhecer qual a precipitação previsível para a zona em causa.
Utilizando os dados do INAG (Brandão, C.; Rodrigues, R & Pinto da Costa, J., 2001), em Portalegre a chuva máxima diária registada foi de cerca de 120 mm, para um período de retorno de 50 anos a chuva máxima diária (calculada por adaptação da função de distribuição de probabilidades de extremos tipo I – lei de Gumbel- Brandão, C.; Rodrigues, R & Pinto da Costa, J., 2001) foi de 108 mm, com picos de 11,4 mm em 5 minutos (137 mm h-1) e de ≈ 33 mm em 30 minutos.
Para um período de retorno de 100 anos a chuva máxima diária foi de 117 mm, com picos de ≈22 mm em 5 minutos ( 269 mm h-1) e de ≈ 72 mm em 30 minutos. Calculando a Precipitação Máxima Provável, o factor será de cerca de 2,3 vezes o valor dos máximos para cada período de retorno.
 Não se tratando nem de máximos absolutos para obras hidráulicas de grande duração, nem de chuvadas máximas anuais, mas das chuvas a ocorrer no mês de Outubro após um ano de fogos florestais, considerou-se que a utilização da chuva máxima diária para um período de retorno de 50 anos será suficiente para garantir a segurança necessária (tanto mais que existe um escoamento de segurança). 
Para além desse aspecto, e para garantir a retenção da água e dos sais, não sendo as valas de nível mas a 2‰, o excesso deverá ser desviado para a linha de água adjacente onde será retido, ou retardado pela construção de açudes.


Fig. 6 e Foto 6-  Esquema da retenção de água um campo com 15 ha onde o esquema (a)  foi aplicado, vendo-se no 1º ano  (b), e ao fim de 9 anos (c) com azinheiras (doces) 

As charcas de infiltração, nas linhas de água secundárias  para onde são encaminhadas as águas de escoamento superficial serão as zonas de retenção dos sedimentos finos e das cinzas (fig7) evitando assim o transporte dos sedimentos mais finos, os sais e conduzindo à recarga dos aquíferos fissurais 



Foto 7- Charcas de infiltração construídas com a despedrega nos ensaios feitos em Castro Verde para a retenção de água e redução da erosão 


Este esquema foi aplicado parcialmente após os fogos de 2003 na Serra de S, Mamede, no Parque Natural , com as madeiras queimadas de uma forma muito rudimentar para se verificar a sua eficácia tal como é exemplificado  nas fotos  tal como é apontado na Fig. 6  e nas fotos 8 e 9.

Fig. 7 esquema da construção de pequenas charcas de retenção de sedimentos e água com material queimado



Foto 8 e 9- Aspectos da charcas de retenção construidas com os ramos queimados após o fogo na Serra de S, Mamede Fot. 8 a contrução da charca num rego  . Foto 9 – O início da retenção





A água a reter depende do afastamento das valas e do escoamento previsível diário. No entanto este escoamento depende da taxa de infiltração no solos entre valas, e também da infiltração nas paredes e fundo da própria vala (pela lei de Darcy a infiltração na vala, e enquanto não existir formação de crosta, é bem maior que na entre –linha). No entanto, deve ser efectuada uma avaliação local a local, pois que se existir caruma e folhas na superfície, se a vegetação natural estiver a retomar (caso dos solos em carvalhal), será preferível não efectuar qualquer actuação e deixar o sistema retomar por si.

Por outro lado, caso o eucaliptal tenha já sido plantado em sistema de vala e cômoro, ou em socalcos é apenas necessário verificar o estado dessa infra-estrutura que com pequenos acertos poderá funcionar.

É o que se passou, por exemplo, na zona de eucaliptal a montante da barragem da Apartadura, de abastecimento a Portalegre .

A importância destas medidas, para redução do escoamento e da erosão física, mas especialmente para redução da erosão química é realçado pela qualidade da água de escoamento logo nas primeiras chuvadas pós fogo com teores elevadíssimos de fósforo, de cálcio de potássio e de pH muito elevado (>8)  (Fotos 10)

Foto 10- aspecto de água de escoamento após o fogo e a sua recolha para análise 



Aspecto demonstrativo do efeito do trabalho efectuado. Numa ribeira a jusante na margem direita foi efectuado o tratamento, mas na margem esquerda não foi possível por não existirem verbas. Como se verifica na foto 11, a quantidade de sedimento carreado foi muito menor e as água eram bem mais claras na ribeira onde os trabalhos mostrados atrás foram efectuados. embora o fogo fosse nas duas ribeiras 

Foto 11- Aspecto da água da ribeira onde foi efectuado o tratamento descrito na Fig 6 e 7. Foto 8 e 9






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Nota Final


Este trabalho resulta da reflexão do autor Engª Agrónomo, Investigador Coordenador da Ex- Estação Agronómica Nacional, especialista em Ciências do Solo, uma vez que tem bibliografia específica sobre o tema (A), e experiência no campo (B),  pelos cargos que exerceu (C) . 

A- Trabalhos efectuados ou em que colaborou:
Sequeira, E. M. 1994 - A Conservação do Solo e a Política Agrícola Comum. Iniciativa para o Desenvolvimento a Energia e o  Ambiente - IDEA.  Número Especial Abril de 1994 (Presidência Aberta para o Ambiente).
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Escola Superior Agrária.
B- Experiência de campo
Uns anos antes do grande fogo de 1966, no ano de 1963, como Alferes miliciano no Regimento de Artilharia de Costa em Oeiras comandou 30 militares num incêndio na Serra de Sintra também na encosta da Peninha tendo conseguido evitar o envolvimento pelo fogo.
Em 1976 foi eleito o 1º Presidente da Assembleia Municipal de Cascais, tendo acompanhado as questões da defesa civil do território, tal como depois já como Vereador  de 1979 a 1982. 
Em  1989 foi eleito novamente Vereador da Câmara Municipal tendo então exercido o Pelouro da Defesa Civil do Convelho até 1992, tendo como tal acompanhado as questões referents aos fogos florestais
C – Cargos – em 1995 foi nomeado pelo Ministro da Agricultura Coordenador da Área das Florestas, Solos e Ambiente para a Comissão de Coordenação das Actividades de Investigação, Experimentação e Demonstração do PAMAF, tendo sido exonerado a meu pedido em 1997.

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